O que aconteceu com brasileira que caiu em trilha? Família desconfia da falta de clareza de autoridades indonésias
De acordo com relatos oficiais, as buscas têm sido prejudicadas por neblina densa, clima úmido e terreno acidentado; irmã de Juliana Marins negou que ela havia sido localizada e recebido abrigo e comida
Reprodução/Instagram/ajulianamarins

Amigos e parentes criaram um perfil no Instagram para divulgar atualizações sobre o caso e pressionar por mais agilidade nas buscas
Mais de 50 horas após sofrer uma queda durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, a publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, ainda não foi localizada pelas equipes de resgate. A jovem, natural de Niterói (RJ), está desaparecida desde a madrugada de sábado (21), quando teria escorregado e caído cerca de 300 metros em uma área de difícil acesso na ilha de Lombok, um dos principais destinos turísticos do país asiático.
O resgate da brasileira é considerado incerto e enfrenta uma série de obstáculos, segundo autoridades locais e o Ministério das Relações Exteriores. “Equipes de resgate continuam na área, trabalhando em condições difíceis”, informou o Itamaraty, que acompanha o caso por meio da embaixada brasileira na Indonésia.
De acordo com relatos oficiais, as buscas têm sido prejudicadas por neblina densa, clima úmido e terreno acidentado. No sábado, uma equipe chegou a descer com cordas até a região onde Juliana teria sido vista por um drone, mas não conseguiu encontrá-la nem estabelecer contato. Um novo sobrevoo neste domingo não identificou a presença da brasileira.
Familiares da jovem têm relatado desencontro de informações e falta de clareza por parte das autoridades indonésias e da empresa de turismo responsável pela trilha. A irmã de Juliana, Mariana Marins, afirmou nas redes sociais que a jovem está desaparecida e negou que ela tenha recebido comida, água ou abrigo — como havia sido divulgado anteriormente. “Ninguém sabe onde a Juliana está. Juliana está desaparecida”, declarou.
Segundo Mariana, a irmã teria sido deixada para trás pelo grupo com quem fazia a trilha por estar cansada, e passou a noite sozinha, sem agasalho ou mantimentos. Ela também disse que imagens divulgadas pelas equipes de resgate podem ter sido forjadas. O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), cobrou providências das autoridades e confirmou que Juliana ainda não foi encontrada. Amigos e parentes criaram um perfil no Instagram para divulgar atualizações sobre o caso e pressionar por mais agilidade nas buscas. A conta já conta com mais de 190 mil seguidores e foi compartilhada por personalidades públicas.
Juliana Marins estava em um mochilão pela Ásia desde fevereiro. Formada em Comunicação pela UFRJ, trabalhou em empresas como Multishow, Canal Off, Mynd e no evento Rio2C. Suas viagens eram frequentemente registradas nas redes sociais, com passagens por países como Espanha, Vietnã, Egito e Alemanha.
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA