Fruta nativa da amazônia tem sabor doce e alto valor nutricional. Pesquisa explora uso em bebidas, doces e cosméticos
No coração da floresta amazônica, longe dos olhos do grande público, cresce uma fruta de nome curioso e sabor marcante: o mapati (Pourouma cecropiifolia). Conhecida como a “uva da Amazônia”, a fruta tem polpa roxa, doce, casca fina e alto valor nutricional — mas segue fora das prateleiras do Brasil urbano.
O cenário, no entanto, está mudando. Cientistas e produtores começam a apostar na fruta como uma alternativa viável para a produção de vinhos artesanais, cervejas exóticas, chás naturais e até cosméticos sustentáveis.
Potencial das PANCs da Amazônia
Segundo o pesquisador Valdely Kinupp, especialista em Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), o mapati é uma das frutas mais promissoras da região.
“Selecionamos essas plantas com potencial para o preparo de bebidas alcoólicas e não alcoólicas, fermentadas, vinhos, cervejas, chás, hidroméis, eventualmente geleias ou outros produtos. E, assim, fazer a caracterização química de espécies das PANC da Amazônia”, explica Kinupp.
A pesquisa integra um esforço maior para valorizar a biodiversidade brasileira e revelar sabores pouco explorados pela indústria alimentícia nacional.
Do mato para o mercado
Apesar de ser amplamente consumido por comunidades amazônicas, o mapati ainda é desconhecido da maioria dos brasileiros. Seu cultivo, até hoje, é quase todo extrativista. Mas com a crescente busca por ingredientes nativos e funcionais, essa realidade pode mudar.
O fruto já apresenta atributos ideais para a indústria: